quarta-feira, 13 de setembro de 2017

VEMOS, OUVIMOS E LEMOS. NÃO PODEMOS IGNORAR


Limpeza étnica do povo Rohingya

Desde final de agosto, pelo menos 370 mil refugiados Rohingya fugiram através da fronteira do estado de Rakhine, em Myanmar (antiga Birmânia), para o Bangladesh, 80% dos quais são mulheres e crianças. Há mais de um milhar de vítimas mortais.

Segundo o alto comissariado da ONU para os Direitos Humanos e diversas ONG´s, está em curso uma limpeza étnica duma minoria – o povo Rohingya  - por parte do exército do governo da Nobel da Paz Aung San Suu Kyi.

Os Rohingya são um grupo étnico, maioritariamente muçulmano, fixado na Birmânia, mas que não é reconhecido como tal. São cerca de 1 milhão, vivem concentrados num dos mais pobres estados do país que não podem abandonar sem autorização oficial e não têm o direito de possuir terra ou propriedade. Foram privados da cidadania em 1982, o que os torna apátridas. 



Iémen

No Iémen vive-se uma tripla tragédia: a fome, o surto de cólera e o arrastar da guerra.

A fome é generalizada; o surto de cólera já infetou mais de meio milhão de iemenitas desde finais de Abril provocando cerca de 2000 mortes; os ataques aéreos da coligação, dirigida pela Arábia Saudita, estão a matar e a ferir muitos civis – mais de 5000 mortos e cerca de 9000 feridos desde o início do conflito - e a provocar danos graves nas infra-estruturas do país - um porto marítimo crucial, pontes importantes, hospitais, instalações de saneamento básico e fábricas; mantém-se  o bloqueio aéreo e naval sobre este país há cerca de 1 ano.
À medida que a agressão prossegue, aumenta a pobreza. Numa população de 27 milhões de pessoas, 20 milhões precisam de ajuda.

Já em Dezembro passado, o responsável pela missão das Nações Unidas no país, reconhecera que “A Humanidade já não funciona aqui”. “O mundo simplesmente fechou os olhos ao que se está a passar no Iémen”.


Exploração e tráfico nas rotas migratórias do Mediterrâneo

Setenta e sete por cento dos migrantes e refugiados que chegam à Europa através do Mediterrâneo Central sofrem situações de abuso e exploração e práticas que por vezes chegam a tráfico humano. As crianças e jovens são particularmente vulneráveis e o preço que pagam pela travessia deixa-os com uma dívida que não têm possibilidade de pagar.

O  Relatório foi publicado pela UNICEF em conjunto com a Organização Internacional para as Migrações das Nações Unidas e baseia-se no testemunho de 22 mil migrantes e refugiados, metade dos quais crianças e jovens com menos de 25 anos de idade.

O relatório mostra ainda que, embora todas as crianças e jovens em movimento corram um risco elevado, as que são originárias da África subsariana têm muito mais probabilidade de serem vítimas de exploração e tráfico do que as provenientes de outras partes do mundo: 65% comparativamente a 15% na rota do Mediterrâneo Oriental, e 83% comparativamente a 56% na rota do Mediterrâneo Central. O racismo é provavelmente um dos principais fatores que estão na origem desta disparidade. Concluiu-se ainda que as crianças e os jovens que viajam sozinhos ou por longos períodos, assim como os que têm níveis de educação mais baixos, são também altamente vulneráveis à exploração de traficantes e grupos criminosos no decurso das suas jornadas. De acordo com o relatório, a rota do Mediterrâneo Central é particularmente perigosa, dado que a maioria dos migrantes e refugiados passa através da Líbia, que continua dominada pela anarquia, por milícias e criminalidade. Em média, os jovens pagam 1.000 a 5.000 USD pela viagem e muitas vezes chegam à Europa endividados, o que os expõe a novos riscos. 



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