domingo, 24 de setembro de 2017

A fome volta a crescer no mundo



Em declínio constante por mais de uma década, a fome no mundo voltou a crescer e afetou 815 milhões de pessoas em 2016, o que representa 11% da população mundial. Os dados são da nova edição do relatório anual da ONU sobre a segurança alimentar e nutricional, publicada no passado dia 15 de Setembro. Além disso, o estudo aponta que múltiplas formas de malnutrição ameaçam a saúde de milhões de pessoas.

Esse aumento – de mais 38 milhões de pessoas do que o ano anterior – deve-se, em grande parte, à proliferação de conflitos violentos e mudanças climáticas, segundo explica o estudo Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo 2017.

Conforme o estudo, cerca de 155 milhões de crianças menores de cinco anos sofrem com o atraso no crescimento (estatura baixa para a idade), enquanto 52 milhões estão com o peso abaixo do ideal para a estatura. Estima-se, ainda, que 41 milhões de crianças estejam com sobrepeso. A anemia entre as mulheres e a obesidade adulta também são motivos de preocupação. De acordo com o relatório, essas tendências são consequências não só dos conflitos e das mudanças climáticas, mas também das profundas alterações nos hábitos alimentares e das crises económicas.


Essa é a primeira vez que a ONU realiza uma avaliação global sobre segurança alimentar e nutricional depois da adoção da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, cujo objetivo é acabar com a fome e com todas as formas de malnutrição até 2030, sendo essa uma das principais prioridades das políticas internacionais.

O documento aponta os conflitos – cada vez mais agravados pelas mudanças climáticas – como um dos principais motivos para o ressurgimento da fome e de muitas formas de malnutrição. 

“Não vamos acabar com a fome e com todas as formas de malnutrição até 2030, a menos que abordemos todos os fatores que prejudicam a segurança alimentar e a nutrição no mundo. Garantir sociedades pacíficas e inclusivas é uma condição necessária para atingirmos esse objetivo”, refere o documento.

Além da  violência que sofrem algumas regiões, as secas ou inundações – ligadas em parte ao fenómeno El Niño -, assim como a desaceleração económica mundial, também colaboraram para o agravamento mundial da segurança alimentar e da nutrição.

"fome - observa a ONG Oxfam – não é fruto da falta de comida: produzimos o suficiente para alimentar o mundo. Devemos encontrar soluções reais e definitivas para as causas estruturais da insegurança alimentar. Isso significa pressionar pela resolução pacífica dos conflitos, reduzir drasticamente as emissões de dióxido de carbono e ajudar as comunidades a se adaptarem a um clima em mudança. Também significa investir nas mulheres, que, mais do que os homens, correm o risco de cair nas garras da fome."

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