segunda-feira, 21 de maio de 2018

ESTA ECONOMIA MATA



"Nenhum lucro é legítimo quando não se dirige ao objetivo da promoção integral da pessoa humana, o destino universal dos bens e a opção preferencial pelos pobres", afirma um documento do Vaticano intitulado “Oeconomicae et quaestiones pecuniariae”, divulgado no passado dia 17 de maio.

Nunca como hoje, as temáticas económicas e financeiras atraem a nossa atenção, em virtude do crescente impacto que o mercado exerce em relação ao bem-estar material de boa parte da humanidade.” – assim começa o documento. "É hora de iniciar a recuperação do que é autenticamente humano, para expandir os horizontes da mente e do coração", observa. "É dever dos agentes competentes e das pessoas responsáveis desenvolver novas formas de economia e finanças, com regras e regulamentos para o progresso do bem comum".

O documento, cujo subtítulo é "Considerações para um discernimento ético sobre alguns aspetos do sistema económico-financeiro atual", refere que o sistema económico deve "visar, acima de tudo, a promoção da qualidade de vida global que, antes da expansão indiscriminada dos lucros, leva ao bem-estar integral de cada um e da pessoa como um todo".

Enquanto o documento reconhece que muitos investidores são "animados por intenções boas e corretas", afirma também que os mercados globais se tornaram "um lugar onde o egoísmo e o abuso de poder conseguem prejudicar muito a comunidade”. Além disso, afirma que, embora algumas técnicas de criação de riqueza moderna não sejam "diretamente inaceitáveis do ponto de vista ético", podem ser "exemplos próximos à imoralidade, ou seja, geram o tipo de abuso e engano que pode prejudicar as partes menos favorecidas".

O documento é mais enfático ao falar do modo como se dá a formação dos que gerem o sistema financeiro, dizendo que "o objetivo de meramente gerar lucro cria uma lógica perversa e seletiva que muitas vezes favorece o avanço de empresários muito capacitados, mas ambiciosos e sem escrúpulos". Essa formação, diz o documento, ajuda a "criar e difundir uma cultura profundamente amoral - na qual, muitas vezes, não se hesita em cometer um crime quando os benefícios previstos ultrapassam a pena esperada". "Esse comportamento polui gravemente a saúde de todo sistema económico-social, põe em perigo a funcionalidade e prejudica em grande medida a realização eficaz do bem comum, sobre a qual se baseiam todas as formas de instituição social".

Dentre as práticas financeiras mais criticadas está o uso de contas no exterior para evitar a tributação sobre o património. "Hoje, mais da metade do mundo comercial é orquestrado por pessoas notáveis que reduzem sua carga tributária ao transferir a receita de um local para o outro. Parece evidente que todos removeram recursos consideráveis da economia real e contribuíram para a criação de sistemas económicos baseados na desigualdade".
"evasão fiscal por parte dos principais interessados, os grandes intermediários financeiros, que se movem no mercado, indica uma remoção injusta de recursos da economia real, o que prejudica a sociedade civil como um todo", acrescenta.

O documento conclui chamando as pessoas, até mesmo os consumidores ainda modestos, a trabalhar no sentido de tornar o sistema financeiro mais justo. "Diante da solidez e da abrangência dos sistemas económico-financeiros atuais, poderíamos sentir-nos tentados a nos deixar levar pelo cinismo e achar que com a pouca força que temos pouco pode ser feito”, observa. "Na realidade, cada um de nós pode fazer muito, principalmente se não ficarmos sozinhos".


terça-feira, 1 de maio de 2018

Dignidade no Trabalho



“Não se fala apenas de garantir a comida ou um decoroso sustento para todos, mas prosperidade e civilização nos seus múltiplos aspetos. Isto engloba educação, acesso aos cuidados de saúde e especialmente trabalho, porque, no trabalho livre, criativo, participativo e solidário, o ser humano exprime e engrandece a dignidade da sua vida. O salário justo permite o acesso adequado aos outros bens que estão destinados ao uso comum.” (Papa Francisco, Evangelli Gaudium, 192)

“Convencida de que o trabalho constitui uma dimensão fundamental da existência do ser humano sobre a terra” (Laborem Exercens, 4), a Igreja coloca-se ao lado dos trabalhadores e trabalhadoras na sua luta por justiça e dignidade. (…) O trabalho não é mercadoria, mas um modo de expressão direta da pessoa humana (cf. Mater et Magistra, 18) que, por meio dele, “deve procurar o pão quotidiano e contribuir para o progresso contínuo das ciências e da técnica, e sobretudo para a incessante elevação cultural e moral da sociedade, na qual vive em comunidade com os próprios irmãos” (Laborem Exercens, Intr.)
Além disso, recorda-nos o Papa Francisco, o trabalho humano é participação na criação que continua todos os dias, inclusive, graças às mãos, à mente e ao coração dos trabalhadores: “Na terra, há poucas alegrias maiores do que as que sentimos ao trabalhar, assim como há poucas dores maiores do que as do trabalho, quando ele explora, esmaga, humilha e mata”.
Com tão grande dignidade, o trabalho humano não pode ser governado por uma economia voltada exclusivamente para o lucro, sacrificando a vida e os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.
Ao Estado compete cuidar para que as relações de trabalho se deem na justiça e na equidade (cf. Mater et Magistra, 21).“

(da nota da Conferência Episcopal dos Bispos do Brasil para a celebração do 1º de Maio de 2018)


Uma TERRA, um TETO, um TRABALHO, 
VIDA DIGNA para a CLASSE TRABALHADORA

Assim se intitula a mensagem do Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos para este dia que pode ser lido AQUI

“O trabalho precário é uma ferida aberta para muitos trabalhadores, que vivem no medo de perder o próprio trabalho. Precariedade total. Isso é imoral. Isso mata: mata a dignidade, mata a saúde, mata a família, mata a sociedade” (Papa Francisco na Semana Social da Conferência Episcopal Italiana).






domingo, 22 de abril de 2018

DIA DA TERRA




O desafio para este Dia da Terra, que hoje se celebra, é a eliminação da poluição causada pelo plástico que ameaça o nosso mundo. 

São produzidos atualmente cerca de 300 milhões de toneladas de plástico por ano, dos quais 8 milhões de toneladas vão parar aos oceanos.

No Oceano Pacífico, entre o Havai e a Califórnia, há uma grande ilha que é formada por plástico. São 79 mil toneladas de lixo que ocupam uma área de 1,6 milhões de quilómetros quadrados - 17 vezes o tamanho de Portugal. 

São 1,8 mil milhões de objetos. Embalagens, sacos, garrafas, tampas, cordas, redes de pesca, cotonetes, palhinhas …. E todos estes plásticos, através dos peixes, chegam à cadeia alimentar humana.

A organização Ocean Conservancy estima que, em menos de 10 anos, existam 250 milhões de toneladas de plástico nos oceanos, sendo que em 2050 poderá haver mais plásticos que peixes, caso nada seja feito.


Todos sabemos o enorme papel que o plástico desempenha no nosso modo de viver e, por isso, a dificuldade de nos vermos livres dele. Mas todos podemos contribuir para parar esta crise do plástico:

1) Diga “não, obrigado”: uma forma realmente fácil de reduzir o seu consumo de plástico é recusá-lo quando lhe for oferecido. Recusar as palhinhas em restaurantes e bares, evitar artigos que tenham embalamento plástico, recusar os sacos plásticos adicionais ao comprar produtos frescos…
2) Acabe com a utilização única: evite usar artigos descartáveis, como sacos para transportar compras, copos, pratos ou garrafas de plástico…
3) Reciclar, sempre: antes de colocar o plástico no lixo verifique sempre se pode ser reciclado…
4) Escolha as suas marcas: não compre às cegas, procure produtos de marcas que se preocupem com a sustentabilidade ambiental…
5) Passe a palavra: procure sensibilizar os que estão à sua volta para a importância de reduzir ao máximo o consumo de plástico…

O Dia da Terra é uma oportunidade para refletir sobre como as nossas ações afetam a nossa saúde e o meio ambiente em que vivemos. A responsabilidade de proteger o planeta é de TODOS. A poluição de plástico não vai desaparecer de um dia para o outro, mas se cada um de nós der pequenos passos para reduzir o consumo de plástico e o desperdício, poderemos fazer uma grande diferença.



sábado, 24 de março de 2018

Más notícias sobre a fome no mundo


A intensificação dos conflitos e a seca persistente em várias regiões do mundo fizeram subir para 124 milhões, em 51 países, o número de pessoas que passaram fome em 2017, segundo as estimativas divulgadas pelo "Relatório Mundial sobre as Crises Alimentares 2018", publicado no passado dia 22 de Março, pela União Europeia, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e Programa Alimentar Mundial (PAM). Um aumento de 11 milhões de pessoas afetadas em relação a 2016.



VER MAIS:  AQUI AQUI

quinta-feira, 8 de março de 2018

O sentido da vida e o caminho dos povos


Nota da Comissão Nacional Justiça e Paz no Dia Internacional da Mulher 
– 8 de março de 2018

Os homens, as mulheres e as crianças da terra — são eles que formam os povos — constituem a vida do mundo que Deus ama e deseja salvar, sem excluir ninguém.(…) A aliança entre o homem e a mulher é chamada a ter nas suas mãos a direção da sociedade inteira. Este é um convite à responsabilidade pelo mundo, na cultura e na política, no trabalho e na economia. (Papa Francisco)

Pertencemos a uma civilização que elegeu a dignidade de cada pessoa como estruturante da sua organização, que consagrou a igualdade entre homens e mulheres como direito fundamental. A sua realização é determinante para o desenvolvimento e sustentabilidade das comunidades. Este é, aliás, um compromisso assumido a todos os níveis, internacional, regional e nacional. O seu incumprimento representa uma tremenda violação de valores fundamentais e um tremendo risco ecológico.

Sob o impulso das Nações Unidas, do Conselho da Europa, da União Europeia e da União Interparlamentar fizeram-se aprovar ao longo dos últimos cem anos múltiplas convenções, recomendações, plataformas, enfim, um vastíssimo conjunto de instrumentos, todos eles complementares, reguladores, concretizadores, assentes no bem que é a liberdade de se ser igual, de se ser par entre pares, de se ser plenamente.

Todos estes instrumentos tiveram reflexos e tradução normativa no ordenamento jurídico português, no âmbito do direito constitucional, civil, laboral e penal, constituindo-se assim como motor essencial das transformações legais, sociais e culturais que se operaram nestes últimos anos.

Os direitos fundamentais e em especial o princípio da igualdade entre mulheres e homens bem como a proteção contra a discriminação nas suas múltiplas vertentes foram assumidos como irreversíveis.

Contudo, e apesar desta determinação, a sua concretização é lenta e a realidade evidencia persistentes assimetrias e desigualdades, frequentemente geradoras de retrocessos: a especial vulnerabilidade de meninas e mulheres face à violência, que leva a que sejam mais de 80% das vítimas de violência doméstica, a remuneração desigual, traduzida em cerca de 17% menos que a dos homens, a maior incidência da pobreza, com significado mais expressivo para as mulheres mais velhas (com pensões cerca de 31% mais baixas que as dos homens) ou que assumem sozinhas o sustento das suas famílias, a jornada diária de trabalho (remunerado e não remunerado) penalizada em cerca de mais de uma hora que a do homem, o difícil acesso aos lugares de decisão nas empresas e na política.

A igualdade, e o consequente combate a todas as formas de discriminação que a impedem, só pode ser conquistada pelo trabalho diário, próximo, consciente de cada realidade pessoal, combatendo a indiferença, devolvendo visibilidade de forma a que ninguém seja deixado para trás.

Em outubro de 2017, o Papa Francisco, no seu discurso aos participantes na assembleia geral dos membros da Pontifícia Academia para a Vida, afirmou: …Não se trata simplesmente de oportunidades iguais, nem de reconhecimento recíproco. Trata-se sobretudo de entendimento entre homens e mulheres, sobre o sentido da vida e o caminho dos povos. …Trata-se antes de tudo de reconhecer com honestidade os atrasos e as faltas. As formas de subordinação que tristemente marcaram a história das mulheres devem ser abandonadas de maneira definitiva. Um novo início deve ser escrito no ethos dos povos, e isto só pode ser feito por uma renovada cultura da identidade e da diferença.

A Comissão Nacional Justiça e Paz, neste dia 8 de março, reconhecendo as conquistas que se foram fazendo na correção das desvantagens estruturais que gravemente recaem sobre as mulheres e ferem a sua dignidade, não pode deixar de assinalar o longo e difícil caminho ainda a percorrer na remoção da indiferença e da invisibilidade, na eliminação das múltiplas formas de discriminação refém de preconceitos, na conquista da igualdade, e faz-se eco do apelo à revolução cultural que nas palavras do Papa Francisco se apresenta no horizonte da história desta época.

Os Direitos Humanos não são um mero ideal abstrato. São um compromisso de toda uma civilização, de toda uma comunidade em nome da justiça e da paz, para que a justiça e a paz sejam uma realidade na vida de cada pessoa.




sábado, 17 de fevereiro de 2018

A Paz inquieta!


Dá-nos, Senhor, aquela PAZ inquieta
Que denuncia a PAZ dos cemitérios
E a PAZ dos lucros fartos.

Dá-nos a PAZ que luta pela PAZ!
A PAZ que nos sacode
Com a urgência do Reino.
A PAZ que nos invade,
Com o vento do Espírito,
A rotina e o medo,
O sossego das praias
E a oração de refúgio.
A PAZ das armas rotas
Na derrota das armas.
A PAZ do pão da fome de justiça,
A PAZ da liberdade conquistada,
A PAZ que se faz “nossa”
Sem cercas nem fronteiras,
Que é tanto “Shalom” como “Salam”,
Perdão, retorno, abraço...
Dá-nos a tua PAZ,
Essa PAZ marginal que soletra em Belém
E agoniza na Cruz
E triunfa na Páscoa.

Dá-nos, Senhor, aquela PAZ inquieta,
Que não nos deixa em PAZ!

Poema de D. Pedro Casaldáliga, bispo emérito de São Félix do Araguaia, Brasil que  completou ontem 90 anos.



D. Pedro Casaldáliga nascido em Balsareny, região da Catalunha, foi para o Brasil e, em 1968, mergulhou na Amazônia. Nomeado bispo de São Félix do Araguaia, adotou como divisa princípios que haveriam de nortear literalmente sua atividade pastoral: “Nada possuir, nada carregar, nada pedir, nada calar e, sobretudo, nada matar”. No seu primeiro ano de episcopado (1971) escreve o manifesto, a primeira carta pastoral Uma Igreja da Amazônia em conflito com o latifúndio e a marginalização social”  denunciando o trabalho escravo na região, tornando-se uma referência para os movimentos de oposição à ditadura brasileira. Pastor de um povo ameaçado pelo trabalho escravo, tomou-lhe a defesa, entrando em choque com os grandes fazendeiros, as empresas agropecuárias, mineradoras e madeireiras. Poeta e revolucionário, pastor dos negros e dos indígenas. Cinco vezes réu em processos de expulsão do Brasil e frequentemente ameaçado de morte. Continua hoje morando numa casa humilde em São Félix do Araguaia, com o seu “irmão Parkinson” – como costuma dizer.  



sábado, 27 de janeiro de 2018

Em Memória das Vítimas do Holocausto


Isto é o Inferno. Hoje nos nossos dias, o Inferno deve ser assim, um lugar grande e vazio, e nós cansados de estar de pé, com uma torneira a pingar água que não se pode beber, esperamos algo sem dúvida terrível e nada acontece e continua a não acontecer nada. Como pensar? Já não se pode pensar, é como estar já morto” - Primo Levi, sobrevivente de Auschwitz

Neste dia, há 73 anos, foi libertado o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, . símbolo maior da barbárie nazi. Um milhão e meio de pessoas foram ali assassinadas.

Durante o Holocausto foram mortas mais de 60 milhões de pessoas em mais de 50 campos de concentração. As vítimas não foram apenas judeus. Foram presos e torturados membros da oposição, prisioneiros de guerra, homossexuais, ciganos, pessoas com deficiência. Qualquer pessoa que discordasse do regime nazi ou que não fosse considerado apto para viver no Terceiro Reich era levado para os campos de morte e isto incluiu também muitos alemães. 

O Holocausto ficou marcado pela morte e sofrimento, mas também pela inação e indiferença das pessoas. Como foi possível? O mundo sabia e não fez nada. A propaganda do regime nazi, apoiada em sentimentos de frustração e injustiça, conseguiu mobilizar a opinião pública e exacerbar o ódio e a intolerância, fazendo com que as pessoas perdessem os seus valores enquanto seres humanos.

Neste dia recorda-se também que continuam hoje a existir muitos conflitos e injustiças, alguns novos holocaustos, que são possíveis pela apatia e inação da grande maioria das pessoas. Edmund Burke disse “A única coisa necessária ao triunfo do mal é que os homens bons não façam nada”. 

 “Eu suplico-vos
fazei qualquer coisa
aprendei um passo
uma dança
alguma coisa que vos justifique
que vos dê o direito
de vestir a vossa pele o vosso pelo
aprendei a andar e a rir
porque será completamente estúpido
no fim
que tantos tenham sido mortos
e que vós viveis
sem nada fazer da vossa vida.”

Charlotte Delbo, sobrevivente de Auschwitz


sábado, 13 de janeiro de 2018

DIA MUNDIAL DO MIGRANTE E DO REFUGIADO


A Turquia acolhe 4,2 milhões de migrantes e refugiados, dos quais 3,3 milhões são sírios. Desde Julho de 2015 até 15 de Novembro de 2017, perto de 26 mil pessoas foram reinstaladas em países europeus a partir da Turquia, ao abrigo de dois programas da União Europeia (UE). Para Portugal vieram menos de 50 sírios nestas circunstâncias (a partir da Grécia e de Itália, foram recolocadas em Portugal cerca de 1500 pessoas).

O ACNUR estima que pelo menos 300 mil pessoas, cerca de 10% dos refugiados que estão atualmente na Turquia, sejam elegíveis para reinstalação noutro país. Mas a capacidade de resposta é bem menor do que as necessidades. Menos de 1% dos refugiados que estão na Turquia vêem os processos submetidos para reinstalação.

Há refugiados que estão na Turquia há dois, três, cinco anos. A esmagadora maioria tenta sustentar-se como pode. A legislação turca atual prevê que os refugiados possam trabalhar, mas as licenças são difíceis de obter e uma larga fatia continua à mercê do mercado de trabalho paralelo – que paga quando quer, o que quer, se quiser.

Há uma pirâmide de dificuldades para os refugiados que estão atualmente na Turquia: a língua, o acesso efetivo à educação, à saúde e ao mercado de trabalho, a necessidade de recurso ao trabalho infantil, a falta de informação sobre direitos e deveres.

São dessas dificuldades que falam as vidas de Rateb e Daniah, Alaa, Ghossoun, Rania, Moussa, da família Jabo ou da família Mohammed  LER AQUI


Mensagem do Papa Francisco para este Dia Mundial do Migrante e Refugiado, que se assiná-la a 14 de Janeiro:   Acolher, proteger, promover e integrar os migrantes e os refugiados

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Acolher os migrantes e os refugiados: Caminho para construir a paz



"Com espírito de misericórdia, abraçamos todos aqueles que fogem da guerra e da fome ou se vêem constrangidos a deixar a própria terra por causa de discriminações, perseguições, pobreza e degradação ambiental.

Estamos cientes de que não basta abrir os nossos corações ao sofrimento dos outros. Há muito que fazer antes de os nossos irmãos e irmãs poderem voltar a viver em paz numa casa segura. Acolher o outro requer um compromisso concreto. (...)

Em muitos países de destino, generalizou-se largamente uma retórica que enfatiza os riscos para a segurança nacional ou o peso do acolhimento dos recém-chegados, desprezando assim a dignidade humana que se deve reconhecer a todos, enquanto filhos e filhas de Deus. Quem fomenta o medo contra os migrantes, talvez com fins políticos, em vez de construir a paz, semeia violência, discriminação racial e xenofobia, que são fonte de grande preocupação para quantos têm a peito a tutela de todos os seres humanos. (...)

Todos os elementos à disposição da comunidade internacional indicam que as migrações globais continuarão a marcar o nosso futuro. Alguns consideram-nas uma ameaça. Eu, pelo contrário, convido-vos a vê-las com um olhar repleto de confiança, como oportunidade para construir um futuro de paz.(...)

Oferecer a requerentes de asilo, refugiados, migrantes e vítimas de tráfico humano uma possibilidade de encontrar aquela paz que andam à procura, exige uma estratégia que combine quatro ações: acolher, proteger, promover e integrar."

(Da mensagem do Papa Francisco para o 51º Dia Mundial da Paz)