terça-feira, 29 de março de 2016

NÓS SOMOS HUMANOS COMO VÓS


As condições de vida degradantes no campo improvisado de Idomeni, na fronteira entre a Grécia e a Macedónia, e o acordo assinado entre a União Europeia e a Turquia começam a deixar centenas de pessoas sem outra alternativa que não seja a de aceitarem um recuo para zonas mais afastadas da porta de entrada em direção a países como a Alemanha. No entanto, milhares continuam à espera que a fronteira seja reaberta.





No campo de refugiados de Idomeni, na fronteira da Gécia com a Macedónia, cerca de 11 mil pessoas, incluídas muitas crianças, vivem desde há semanas em tendas improvisadas, sem condições básicas de sobrevivência, como acesso a água potável e a alimentação necessária.



E o que acontece agora com o acordo entre a União Europeia e a Turquia?


O acordo assinado a 18 de Março e classificado como vergonhoso e imoral pelas principais Organizações Humanitárias, permite devolver à Turquia todos os refugiados irregulares que cheguem à Grécia em troca de outros já regularizados.








terça-feira, 22 de março de 2016

A água quando nasce ainda não é para todos


Sabina é uma mãe extremosa, que tenta manter o seu bebé sempre limpinho e que lhe canta suavemente enquanto o embala. Sabina é também uma dona de casa dedicada, com o máximo de cuidado possível com o que diz respeito à higiene do seu lar e da roupa da família. Sabina sabe que o marido gosta de comer, portanto todos os dias é ela que lhe prepara as refeições a tempo e horas. Para que tudo isto seja possível, Sabina tem uma tarefa diária extra: caminhar cerca de 3 quilómetros, duas vezes por dia, para conseguir ir buscar água ao rio. Transporta-a depois às costas até casa, seguindo sempre sozinha ou acompanhadas por outras mulheres e meninas da aldeia por caminhos recônditos onde tudo pode acontecer, desde um roubo a uma violação. Desde os seus dez anos que o faz. Em casa nunca houve torneiras ou sanita, quanto mais água potável.


Lembro-me de há uns anos ter visto este vídeo intitulado “Walking in Sabina’s Shoes” e lembrei-me novamente dele quando há uns dias me chegou aos escritório um bidão de 20 litros de água enviado pela We Are Water Foundation, uma organização que tem como missão consciencializar o mundo para este verdadeiro drama. O tal bidão que me fizeram chegar tem muito de igual ao que inúmeras pessoas mundo fora transportarem diariamente às costas ou na cabeça, em zonas onde a água é potável é uma verdadeira miragem. Acreditem: quando cheio de água, é bem pesado. As mulheres e as meninas são as principais responsáveis por este transporte de água, uma vez que o seu fim é em grande parte para fins domésticos. Mulheres e meninas que sacrificam uma boa parte do seu dia a carregar pesos atrozes nos seus corpos franzinos e que, obviamente, acabam por ver as suas vidas confinadas a estas tarefas.
Hoje, em plano Dia Mundial da Água, as Nações Unidas e a We Are Water Foundation lembram os milhões de raparigas que gastam várias horas por dias para recolher água, algo que as impede, por exemplo, de ir à escola. Ou de algum dia terem acesso ao mundo laboral. Situação que tem um impacto altamente negativo não só no rumo das suas vidas individualmente, como também no desenvolvimento de inúmeras comunidades e países mundo fora.

Fonte: Expresso (ver mais)

segunda-feira, 21 de março de 2016

Dia Mundial da Floresta

No dia dedicado à Floresta – 21 de Março – e à sua importância para a Vida na Terra, a reflexão do teólogo Leonardo Boff  sobre  quatro ameaças que pesam sobre a nossa Casa Comum e que exigem de nós especial cuidado.

Ameaças à Mãe Terra e como enfrentá-las

A primeira ameaça é a visão pobre da Terra sem vida e sem propósito dos tempos modernos. Ela foi entregue à exploração impiedosa em vista ao enriquecimento. Tal visão, que trouxe benefícios inegáveis, acarretou também um desequilíbrio em todos os ecossistemas que provocaram a atual crise ecológica generalizada. Nesse afã foram eliminados povos inteiros, como na América Latina, devastaram-se a floresta atlântica e, em parte, a Amazônia e o cerrado.

Em janeiro de 2015, 18 cientistas publicaram, na famosa revista Science, um estudo sobre "Os limites planetários: um guia para um desenvolvimento humano num mundo em mutação”. Elencaram 9 dados fundamentais para a continuidade da vida. Entre eles estavam o equilíbrio dos climas, a manutenção da biodiversidade, a preservação da camada de ozono e o controle da acidificação dos oceanos, entre outras.

Todos estes itens encontram-se em estado de erosão. Mas dois são os mais degradados, a que eles chamam "limites fundamentais”: a mudança climática e a extinção das espécies. O rompimento destas duas fronteiras fundamentais pode levar a civilização ao colapso.

Cuidar da Terra neste contexto significa que, ao paradigma da conquista que devasta a natureza, devemos opor o paradigma do cuidado que preserva a natureza. Este cura as feridas passadas e evita as futuras.

O cuidado leva-nos a conviver amigavelmente com todos os demais seres e a respeitar os ritmos da natureza. Devemos, sim, produzir o que precisamos para viver, mas com cuidado e dentro dos limites suportáveis de cada região e com a riqueza de cada ecossistema. À Terra, como baú de recursos, devemos opor a compreensão atual da Terra como Grande Mãe e Gaia, super-organismo vivo.

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Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial


A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu, em 1969, a data de 21 de março como o dia de luta pela eliminação da Discriminação Racial. O dia faz a lembrança dos ideais de homens, mulheres e crianças que morreram no “massacre de Sharpeville” ocorrido em Joanesburgo, na África do Sul, durante o regime do Apartheid, por simplesmente procurarem uma sociedade igualitária sem discriminação racial. Nesse dia, 20 mil pessoas faziam um protesto contra a Lei do Passe, que obrigava a população negra a possuir um cartão que continha os locais onde era permitida a sua circulação. Mesmo tratando-se de uma manifestação pacífica, a polícia do regime de apartheid abriu fogo sobre a multidão desarmada provocando 69 mortos e 186 feridos.

Do Artigo 1º da Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial: "Discriminação Racial significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, económico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública" 

A discriminação racial apresenta-se, de forma velada ou não, um pouco por todo o mundo, contra judeus, árabes, minorias étnicas e, sobretudo, negros. Por isso, a Assembleia Geral da ONU proclamou o período entre 2015 e 2024 como a Década Internacional de Afrodescendentes baseada na necessidade de reforçar a cooperação nacional, regional e internacional em relação ao pleno aproveitamento dos direitos económicos, sociais, culturais, civis e políticos de pessoas afrodescendentes, bem como a sua participação plena e igualitária em todos os aspetos da sociedade. O tema para esta Década é: Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento.

sexta-feira, 18 de março de 2016

Casamento na infância e adolescência


O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgou um vídeo no âmbito de uma campanha internacional para alertar sobre o casamento forçado de crianças. Em todo o mundo, por dia, 41 mil  raparigas menores de 18 anos  são obrigadas a casar, vendo-se privadas da sua infância.
A manterem-se as tendências actuais, este ano serão 15 milhões de meninas  que irão arruinar a sua infância, perto de mil milhões em 2030.
O casamento precoce é uma violação dos direitos humanos. As raparigas que casam em criança têm mais probabilidades de não ir à escola, de sofrer de violência doméstica, de contrair VIH/SIDA e morrer devido a complicações durante a gravidez e o parto. O casamento na infância também prejudica economias e alimenta a pobreza inter-geracional.
A comunidade internacional deu provas de um grande empenho para pôr fim ao casamento na infância ao incluir nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável uma meta específica sobre a sua eliminação.
Este mês, a UNICEF e a FNUAP (Fundo das Nações Unidas para a População) lançaram um Programa Global Para Acelerar o Fim do Casamento na Infância, que irá envolver famílias, comunidades, governos e jovens e ajudar a proteger os direitos de milhões de raparigas mais vulneráveis no mundo.
Este programa, que se prolonga até 2030,  insere-se num esforço global para evitar que milhões de raparigas casem demasiado cedo e para apoiar as que já casaram muito novas em 12 países de África, Ásia e Médio Oriente, onde as taxas de casamento na infância são muito elevadas.

Veja os vídeos:


terça-feira, 8 de março de 2016

08 de março - Dia Internacional da Mulher


Faz sentido um Dia Internacional da Mulher?
Neste dia não se celebra o Dia Internacional da Mulher. Assinala-se este dia. No dia em que for possível simplesmente celebrar, ele deixa de fazer sentido. E quando ele deixar de fazer sentido é sinal de que estamos a viver num mundo muito mais justo e equilibrado, onde os seres humanos são celebrados de igual forma todos os dias. Onde uma pessoa não é menor, ou menosprezável, simplesmente por ter nascido com determinado género. Neste caso, o feminino.

Ainda vamos esperar 70 anos para elas serem tratadas como eles
O tempo passa e a igualdade de género tarda. No dia Internacional da Mulher, voltam a surgir provas de que ainda falta muito para a luta acabar

Relatório 'Women at Work: Trends 2016'
Portugal é apontado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como um dos países com políticas de licença parental mais igualitárias entre homens e mulheres e como um dos que tem promovido a participação masculina na vida dos filhos.

(Fonte: Jornal Expresso)