quarta-feira, 8 de março de 2017

Dia Internacional da Mulher



A celebração do Dia Internacional da Mulher tem a sua origem nas lutas das mulheres, nos finais do séc. XIX e início do séc. XX, por melhores condições de trabalho e mais direitos.

A 8 de março de 1857 um grupo de trabalhadoras da indústria têxtil organizou uma marcha em Nova Iorque para exigir melhores condições de trabalho, a jornada diária reduzida para 10 horas e direitos iguais para homens e mulheres. Cinquenta e um anos depois, a 8 de março de 1908, um outro grupo de trabalhadoras em Nova Iorque escolheu a data para avançar para uma greve, homenageando as antecessoras. Queriam o fim do trabalho infantil e o direito de votar.

Esquecido por largos anos, foi recuperado pelos movimentos feministas dos anos 60, vindo a ser adoptado pela ONU em 1977.



Mas o dia 8 de março não pode ser apenas uma comemoração, tem que nos permitir refletir sobre a situação atual.

Apesar de algum progresso, as mulheres ainda recebem um salário substancialmente inferior ao dos homens em posições semelhantes, representam a maioria dos trabalhadores em empregos com baixos salários e lutam para aceder às posições de liderança. Apesar de terem mais qualificações, em Portugal, as mulheres ganham em média menos 16,7% do que os homens, o que significa que têm de trabalhar mais dois meses por ano para obter o mesmo rendimento, revela a Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego.

Segundo a ONU, 35% das mulheres foram vítimas de violência física ou sexual, 200 milhões de meninas ou mulheres sofreram uma forma de mutilação genital e 700 milhões de mulheres foram obrigadas a se casar antes dos 18 anos. Em Portugal, a violência doméstica continua a ser um flagelo. Nos últimos 13 anos foram assassinadas 454 mulheres.

Na Europa, as mulheres recebem de reforma menos 40% do que os homens. Em média, mais mulheres completam o ensino superior, mas, ainda assim, ganham menos dinheiro. Na administração das grandes empresas cotadas em bolsa, menos de um quarto são mulheres. Quanto mais acima na estrutura empresarial, menor é o número de mulheres. Quase dois terços das mulheres tem emprego, mas um terço trabalha a tempo parcial, e quase metade o faz devido a razões relacionadas com a família e a prestação de cuidados. Caso não se façam mudanças significativas, a Europa precisará de 70 anos para atingir a igualdade de salários, 40 anos até as tarefas de casa serem partilhadas com igualdade, e 20 anos até atingir o equilíbrio de géneros na política.


A comissão do Parlamento Europeu para os direitos da mulher e a igualdade dos géneros decidiu dedicar o Dia Internacional da Mulher de 2017, à emancipação económica das mulheres. Porque o dinheiro não traz felicidade, mas pode ajudar a decidir o próprio futuro ou facilitar a fuga de uma situação de violência doméstica.



CINCO DESAFIOS PARA A IGUALDADE DE GÉNERO


Sem comentários:

Enviar um comentário