segunda-feira, 3 de julho de 2017

Dia Internacional Sem Sacos de Plástico



O objetivo da data é chamar a atenção para a produção e para o consumo excessivo de sacos plásticos a nível mundial, propondo-se alternativas para resolver este sério problema ambiental.

Os sacos de plástico são constituídos por resinas tóxicas oriundas do petróleo e levam cerca de 500 anos a decompor-se. Apesar da gravidade da situação, apenas 2% da população recicla sacos plásticos.

Em 2014, a Europa produziu 20% do plástico mundial, ou seja, 59 milhões de toneladas de plástico, das quais 39,8% se destinaram a embalagens, incluindo sacos de plástico. Esta produção gerou 25,8 milhões de toneladas de resíduos, dos quais 30,8% foram depositados em aterro. Estima-se que todos os anos os europeus utilizem mais de 100 mil milhões de sacos de plástico. Portugal consome anualmente cerca de dois mil milhões de sacos de plástico.


A contaminação do meio marinho com plásticos adquiriu proporções verdadeiramente preocupantes nos últimos anos, mediatizadas nas gigantescas ilhas de plástico que se formaram nos principais oceanos. De acordo com um relatório do Fórum Económico Mundial, tudo indica que, em 2050, se encontre mais plástico no mar do que peixe.

Estão comprovados e amplamente divulgados os efeitos nefastos dos sacos de plástico no ambiente, em especial em meio marinho, com envenenamento, asfixia e morte de peixes, animais e aves marinhas.

Todos os anos entram no mar cerca de 12 milhões de toneladas de plásticos, devido à ausência ou ineficácia dos sistemas de tratamento de resíduos nas zonas costeiras. Cerca de 6% destes plásticos permanecem à superfície, mas os restantes 94% têm impactos muito significativos nas espécies marinhas.

Há também uma contaminação generalizada por microplásticos, tendo sido detetada a sua presença em várias espécies de peixes com valor económico, e ainda no sal marinho, o que significa que os microplásticos estão já a entrar na cadeia alimentar, ameaçando a saúde humana.


Da Carta Encíclica Laudato Si do Papa Francisco : 
A consciência da gravidade da crise cultural e ecológica precisa de traduzir-se em novos hábitos” (LS 209)

A existência de leis e normas não é suficiente, a longo prazo, para limitar os maus comportamentos, mesmo que haja um válido controle. Para a norma jurídica produzir efeitos importantes e duradouros, é preciso que a maior parte dos membros da sociedade a tenha acolhido, com base em motivações adequadas, e reaja com uma transformação pessoal. A doação de si mesmo num compromisso ecológico só é possível a partir do cultivo de virtudes sólidas. Se uma pessoa habitualmente se resguarda um pouco mais em vez de ligar o aquecimento, embora as suas economias lhe permitam consumir e gastar mais, isso supõe que adquiriu convicções e modos de sentir favoráveis ao cuidado do ambiente. É muito nobre assumir o dever de cuidar da criação com pequenas acções diárias, e é maravilhoso que a educação seja capaz de motivar para elas até dar forma a um estilo de vida. A educação na responsabilidade ambiental pode incentivar vários comportamentos que têm incidência directa e importante no cuidado do meio ambiente, tais como evitar o uso de plástico e papel, reduzir o consumo de água, diferenciar o lixo, cozinhar apenas aquilo que razoavelmente se poderá comer, tratar com desvelo os outros seres vivos, servir-se dos transportes públicos ou partilhar o mesmo veículo com várias pessoas, plantar árvores, apagar as luzes desnecessárias… Tudo isto faz parte duma criatividade generosa e dignificante, que põe a descoberto o melhor do ser humano. Voltar – com base em motivações profundas – a utilizar algo em vez de o desperdiçar rapidamente pode ser um acto de amor que exprime a nossa dignidade”. (LS 211)


«Como nunca antes na história, o destino comum obriga-nos a procurar um novo início (...). Que o nosso seja um tempo que se recorde pelo despertar duma nova reverência face à vida, pela firme resolução de alcançar a sustentabilidade, pela intensificação da luta em prol da justiça e da paz e pela jubilosa celebração da vida» (Carta da Terra)



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