sábado, 15 de julho de 2017

Água, saneamento e higiene



A UNICEF e a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgaram as primeiras estimativas globais sobre água, saneamento e higiene em relação aos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável: cerca de 2,1 mil milhões de pessoas no mundo, ou seja 30% da população mundial, não têm acesso a serviços de abastecimento de água em casa  e 4,4 mil milhões, ou seja 60%, não dispõem de saneamento com o mínimo de condições de segurança.

O relatório do Programa Conjunto de Monitorização OMS/UNICEF - Progressos em matéria de água potável, saneamento e higiene: actualização de 2017 relativamente aos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável - apresenta a primeira avaliação mundial sobre serviços de água potável e saneamento geridos de forma segura.

"Ter acesso a água potável, saneamento e higiene em casa não devia ser um privilégio apenas dos ricos ou dos que vivem em centros urbanos", diz Tedros Adhanom Ghebreyesus, Director-geral da Organização Mundial da Saúde. "Estamos a falar de serviços básicos para a saúde humana, e todos os países têm a responsabilidade de assegurar que todas as pessoas lhes possam aceder.”

Ainda que, desde o ano 2000, milhares de milhões de pessoas tenham passado a aceder a serviços básicos de água potável e saneamento, estes serviços não fornecem necessariamente água e saneamento seguros. Muitas casas, centros de saúde e escolas ainda não dispõem de água e sabão para lavagem das mãos, situação que põe a saúde das pessoas, mas principalmente das crianças pequenas, em risco de doenças, como a diarreia.


Como consequência, cerca de 360 mil crianças menores de 5 anos morrem anualmente devido à diarreia. O saneamento precário e a água contaminada também estão associados à transmissão de doenças como a cólera, disenteria, hepatite A e febre tifóide.

"A água salubre, o saneamento e a higiene adequados são fundamentais para a saúde de todas as crianças e de todas as comunidades e por isso essenciais para construir sociedades mais fortes, mais saudáveis e mais equitativas", refere Anthony Lake, Director Executivo da UNICEF. "Ao melhorarmos hoje estes serviços nas comunidades carenciadas e para as crianças mais carenciadas, estamos a dar-lhes uma oportunidade mais justa para que possam ter um futuro melhor."

Dos 2,1 mil milhões de pessoas que não dispõem de água gerida com segurança, 844 milhões não têm mesmo acesso a serviços básicos de água potável. Este número inclui 263 milhões de pessoas que levam mais de 30 minutos para chegar ao ponto de abastecimento de água mais próximo e 159 milhões continuam a beber água não tratada de fontes de água de superfície, como riachos ou lagos.

Em 90 países, os progressos em matéria de saneamento básico são muito lentos, o que significa que não atingirão a cobertura universal até 2030. Dos 4,4 mil milhões de pessoas que não têm acesso a um saneamento seguro, cerca de metade ainda nem dispõe de serviços básicos de saneamento. Este número inclui 600 milhões de pessoas que partilham sanitários ou latrinas com outras famílias e 900 milhões de pessoas – principalmente em zonas rurais – que defecam ao ar livre, uma prática que devido ao crescimento populacional está a aumentar na África subsariana e na Oceânia.

As boas práticas de higiene são a maneira mais simples e eficaz de evitar a propagação de doenças. Pela primeira vez, está a ser monitorizada a percentagem de pessoas que dispõem de instalações para lavar as mãos em casa com água e sabão. De acordo com o novo relatório, o acesso a água e sabão para lavagem das mãos varia consideravelmente nos 70 países com dados disponíveis, oscilando entre 15% da população na África subsariana e 76% na Ásia Ocidental e no Norte de África. 

Resumo do relatório AQUI 







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