sábado, 18 de fevereiro de 2017

Repensar o trabalho e o emprego



“Repensar o trabalho é uma reflexão que se impõe para enfrentar os desafios presentes e os do futuro. Foi através do trabalho que o ser humano, ao longo dos tempos, se organizou e se socializou, definindo o trabalho/emprego como um direito inalienável e indispensável. As mudanças que se estão desde já a sentir e que têm sido atribuídas à conjugação do aprofundamento da globalização com o avanço tecnológico, bem como as que se perspectivam para o futuro, estão a provocar alterações na produção e, consequentemente, no trabalho. Tais alterações questionam os modelos tradicionais e colocam questões a que é preciso responder, designadamente no que respeita à coesão social.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho, o mundo do trabalho é o teatro de uma mutação profunda, num período em que a economia mundial não cria empregos suficientes… E ao desemprego massivo, junta-se a profunda transformação que conhece a relação de trabalho, portadora de novos desafios a vencer.

Nas economias avançadas, a recuperação dos postos de trabalho está a fazer-se lentamente, mas o emprego permanece bem abaixo dos níveis antes da crise, em muitos países da OCDE, especialmente na Europa. De acordo com esta organização, o tempo está a esgotar-se para evitar que as cicatrizes da crise se tornem permanentes, com milhões de trabalhadores apanhados na armadilha da permanência no fundo da escada económica. O longo legado da crise terá feito subir as desigualdades e existe o perigo do aumento do número de trabalhadores no desemprego crónico ou movendo-se entre o desemprego e os empregos precários e mal pagos.

Contudo, são cada vez mais os que defendem que a nova agenda para o trabalho, que tem vindo a desenvolver-se desde há alguns anos, não se deve fundamentalmente à crise, mas que se faz sentir antes de 2008, e se traduziu no declínio da protecção legal do trabalho e na desvalorização dos salários e das qualificações. A agenda política teria aproveitado a crise para introduzir alterações significativas ao modelo de funcionamento do mercado de trabalho”.

Assim começa um documento de reflexão de Eduarda Ribeiro e João Lourenço no âmbito da iniciativa Economia e Sociedade – Pensar o futuro.

Com as novas tecnologias, a digitalização, a globalização e a financeirização, qual o lugar do trabalho humano e o emprego? Como assegurar uma repartição justa do rendimento gerado? Como harmonizar, no futuro, o trabalho com dignidade humana, realização pessoal, segurança social, participação e coesão social? Que mecanismos desenvolver para acomodar, de modo positivo, uma transição civilizacional que se vislumbra tumultuosa?

De acordo com a OIT, a evolução do mundo do trabalho, independentemente do que pensamos sobre o assunto, é o resultado de uma multiplicidade de decisões tomadas aos níveis nacional e internacional, tanto na esfera pública como privada e em todos os domínios. Do mesmo modo, e apesar da dinâmica da mudança já observada e de algumas realidades duras, o futuro do trabalho será o que fizermos dele.

Por isso a OIT (Organização Internacional do Trabalho) propôs várias iniciativas, entre quais se conta A Iniciativa sobre o futuro do trabalho, que se desenvolverá até 2019 e que pretende reunir um vasto conjunto de contributos que tornem possível uma reflexão sobre o futuro do trabalho.

O documento na integra pode ser lido  AQUI

(Fonte: http://areiadosdias.blogspot.pt/2017/02/repensar-o-trabalho-e-o-emprego.html)

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