sexta-feira, 15 de julho de 2016

VEMOS, OUVIMOS E LEMOS. NÃO PODEMOS IGNORAR




Refugiados e migrantes vítimas de abusos, exploração e tráfico de orgãos

Os refugiados que não têm dinheiro para pagar aos traficantes para atravessarem o Mediterrâneo até território europeu, são vendidos para tráfico de orgãos a grupos, em particular de egípcios, que estão preparados para a recolha e comercialização de orgãos humanos. As autoridades italianas desmantelarem uma rede transnacional de tráfico humano, com a detenção de 38 traficantes envolvidos.


Também a Amnistia Internacional divulgou diversos  relatos de violência sexual, mortes, tortura e perseguição religiosa cometidos por contrabandistas e traficantes de pessoas, grupos de crime organizado e grupos armados, ao longo das rotas de migração para a Líbia e mesmo já no próprio país. Desde raptos, encarceramentos ao longo de meses, abusos sexuais e espancamentos, os refugiados e migrantes descreveram com pormenores angustiantes os horrores que foram forçados a viver na Líbia enquanto tentavam desesperadamente escapar para a Europa. Centenas de milhares de refugiados e migrantes – maioritariamente oriundos da África subsariana – fazem a viagem até à Líbia em fuga de guerras, perseguição ou de pobreza extrema, frequentemente acalentados pela esperança de conseguirem instalar-se na Europa. A Organização Internacional para as Migrações estima que se encontram atualmente mais de 264 mil migrantes e refugiados na Líbia.


Pedidos de asilo na Europa em 2015 bateu recorde

O relatório do Gabinete Europeu de Apoio ao Asilo revela que que nunca tantos migrantes pediram proteção internacional na Europa: 1.392.155 pessoas só em 2015, mais 110% que em 2014. Mas nem metade conseguiu uma resposta. Cerca de 240 mil receberam estatuto de refugiado, 60 mil proteção subsidiária e 27 mil proteção humanitária, a maioria sírios, apátridas e eritreus. O ano de 2015 acabou com mais de um milhão de processos sem decisão. O plano de recolocação criado de urgência pela União Europeia e que propunha transferir de Itália e da Grécia mais de 160 mil requerentes de proteção, mal avançou. E mesmo em 2016 continua-se aquém das expetativas: até ao início de Julho, os países membros apenas tinham recebido 2.030 migrantes; Portugal acolheu 335 refugiados, o segundo país mais participativo, só suplantado pela França.




Índice Global da Escravatura / 2016

Segundo o relatório elaborado pela Fundação Walk Free, com sede na Austrália, mais de 45 milhões de pessoas estão sujeitas a uma qualquer forma de escravatura em todo o mundo. O conceito de escravatura moderna implica o controlo ou posse de uma pessoa, retirando-lhe a sua liberdade individual, com intenção de a explorar. As pessoas são escravizadas através de redes de tráfico humano, trabalho forçado, servidão por dívidas, casamento forçado ou exploração sexual. São muitas as pessoas recrutadas por falsas ofertas de trabalho a quem são retirados os documentos para não as deixar partir.

Dos 167 países do mundo analisados pelo relatório, os que têm um maior índice de prevalência de escravatura são: Coreia do Norte, Uzbequistão, Camboja, Índia, China, Paquistão, Bangladesh, Rússia, Nigéria, República Democrática do Congo e Indonésia. Muitos destes países produzem com o mais baixo custo bens de consumo para abastecer os mercados da Europa Ocidental, Japão, América do Norte e Austrália. Portugal regista uma taxa de 0,123% , que corresponde a 12.800 pessoas.

Diversos fatores, como guerras, desastres naturais e tráfico de pessoas, têm gerado, nos últimos anos, números sem precedentes de deslocados, refugiados e migrantes, o que aumentou significativamente o número de pessoas vulneráveis no contexto da escravatura moderna. Segundo as estimativas apresentadas no documento, a Ásia, a região mais populosa do mundo, representa quase dois terços do total de pessoas vítimas de escravatura moderna, uma vez que recruta maioritariamente mão-de-obra sem qualquer especialização para enormes cadeias de produção.



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