Uma Viagem Fatal para as Crianças: A
Rota Migratória do Mediterrâneo Central
O percurso do Norte de África, das
costas da Líbia, para a Europa, através do Mediterrâneo central, é uma das mais
mortíferas e perigosas rotas migratórias para
crianças e mulheres. O relatório, divulgado pela UNICEF, denuncia
situações de grande violência e abusos sexuais, por parte de contrabandistas,
traficantes e grupos de crime organizado.
No ano passado, mais de 181 mil
refugiados e migrantes - incluindo mais de 25 mil crianças desacompanhadas -
chegaram a Itália por esta rota. No mesmo período, pelo menos 4.579 pessoas
morreram quando tentavam atravessar o Mar Mediterrâneo, incluindo 700 crianças.
Segundo o relatório, os centros de
detenção líbios geridos pelo Governo e por milícias armadas têm servido como
negócios lucrativos que se alimentam do tráfico de pessoas. Sobrelotados e
incapazes de garantir as condições mínimas de segurança, estes centros não são
mais do que campos de trabalhos forçados e prisões improvisadas onde milhares
de crianças e mulheres migrantes vivem encarceradas durante meses, enfrentando
situações de violência e fome.
Vão crescendo os
muros anti-refugiados na Europa
A Hungria está a
começar a construir uma segunda vedação de arame farpado ao longo da fronteira
com a Sérvia, equipada com camaras de vigilância e termográficas e, a cada 15
centímetros, com sensores que ativam um alarme quando a cerca é tocada. O seu
custo é de 123 milhões de euros.
Ao mesmo tempo que
arranca a construção da segunda vedação, o governo húngaro prepara-se para
tentar fazer passar uma lei que dará poder às autoridades para deter qualquer
requerente de asilo e devolvê-lo à Sérvia, independentemente do local onde seja
feita a detenção.
Entretanto, na Alemanha, registou-se
durante o ano de 2016 mais de 3500 ataques contra refugiados e abrigos de
requerentes de asilo, de que resultou 560 feridos, dos quais 43 eram
crianças.
Quase um
milhão e meio de crianças estão em risco iminente de morrer à fome.
O alerta é da
UNICEF, que denuncia que quase
1,4 milhões de crianças estão em risco iminente de morte, este ano, devido à má
nutrição aguda grave causada pela fome que paira sobre a Nigéria, a Somália, o
Sudão do Sul e o Iémen.
O Programa
Alimentar Mundial diz que são 20 milhões as pessoas que podem morrer até ao fim
do Verão nestes quatro países.
As guerras e a seca são as causas diretas.
Só no Iémen, hoje,
há 2,1 milhões de crianças malnutridas e 18,8 milhões de pessoas – mais de dois
terços da população – a precisar de ajuda alimentar.
Também o mais
recente relatório da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e
Agricultura), subordinado às perspetivas de colheita e situação alimentar,
realça que a fome ameaça
37 países (28 dos quais no continente africano) que dependem da ajuda alimentar
externa devido aos conflitos e à seca, apesar de abundarem as colheitas a nível
mundial.
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