A
Hora do Planeta é uma iniciativa
simbólica que pretende chamar a atenção e responsabilizar as pessoas na luta
contra as alterações climáticas e a favor de um ambiente sustentável. Organizada
pela associação ambiental World Wild Fund
for Nature, realiza-se desde 2007. Em 2016 foram mais de 7 mil as
cidades de 178 países em todo o mundo e milhões de pessoas que aderiram a esta
ação pelo ambiente.
Todos
- cidadãos, empresas, governos e comunidades
- são convidados desligarem a luz durante uma
hora, como forma de chamar a atenção para a necessidade de protegermos o Planeta contra os efeitos das alterações
climáticas.
No próximo sábado, 25 de Março de 2017, entre as
20,30 e as 21,30h muitos milhões de pessoas,
municípios e empresas, em todo o mundo, apagarão as suas luzes durante uma hora
- a Hora do Planeta - para
mostrar como, unidos, podemos fazer a diferença na luta contra alterações
climáticas. O
evento simbólico pretende estimular todas as pessoas e entidades a tomarem
medidas para reduzir as suas emissões de carbono duma forma permanente.
Na
carta encíclica do Papa Francisco Laudato
Si’ – Sobre o Cuidado da Casa Comum, pode ler-se, na sua Introdução:
1. «LAUDATO SI’, mi’ Signore –
Louvado sejas, meu Senhor», cantava São Francisco de Assis. Neste gracioso
cântico, recordava-nos que a nossa casa comum se pode comparar ora a uma irmã,
com quem partilhamos a existência, ora a uma boa mãe, que nos acolhe nos seus
braços: «Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra, que nos
sustenta e governa e produz variados frutos com flores coloridas e verduras».
2. Esta irmã clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso
irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou. Crescemos a pensar que
éramos seus proprietários e dominadores, autorizados a saqueá-la. A violência,
que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de
doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos. Por isso, entre
os pobres mais abandonados e maltratados, conta-se a nossa terra oprimida e
devastada, que «geme e sofre as dores do parto» (Rm 8, 22). Esquecemo-nos de que nós
mesmos somos terra (cf. Gn 2, 7). O nosso corpo é constituído
pelos elementos do planeta; o seu ar permite-nos respirar, e a sua água
vivifica-nos e restaura-nos.
13. O urgente desafio de
proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana
na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as
coisas podem mudar. O Criador não nos abandona, nunca recua no seu projecto de
amor, nem Se arrepende de nos ter criado. A humanidade possui ainda a
capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum. Desejo agradecer,
encorajar e manifestar apreço a quantos, nos mais variados sectores da
actividade humana, estão a trabalhar para garantir a protecção da casa que
partilhamos. Uma especial gratidão é devida àqueles que lutam, com vigor, por
resolver as dramáticas consequências da degradação ambiental na vida dos mais
pobres do mundo. Os jovens exigem de nós uma mudança; interrogam-se como se
pode pretender construir um futuro melhor, sem pensar na crise do meio ambiente
e nos sofrimentos dos excluídos.
14. Lanço um convite urgente a renovar o diálogo sobre a maneira
como estamos a construir o futuro do planeta. Precisamos de um debate que nos
una a todos, porque o desafio ambiental, que vivemos, e as suas raízes humanas
dizem respeito e têm impacto sobre todos nós. O movimento ecológico mundial já
percorreu um longo e rico caminho, tendo gerado numerosas agregações de
cidadãos que ajudaram na consciencialização. Infelizmente, muitos esforços na
busca de soluções concretas para a crise ambiental acabam, com frequência,
frustrados não só pela recusa dos poderosos, mas também pelo desinteresse dos
outros. As atitudes que dificultam os caminhos de solução, mesmo entre os crentes,
vão da negação do problema à indiferença, à resignação acomodada ou à confiança
cega nas soluções técnicas. Precisamos de nova solidariedade universal. Como
disseram os bispos da África do Sul, «são necessários os talentos e o
envolvimento de todos para reparar o dano causado pelos
humanos sobre a criação de Deus». Todos
podemos colaborar, como instrumentos de Deus, no cuidado da criação, cada um a
partir da sua cultura, experiência, iniciativas e capacidades.
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