A celebração do Dia Internacional da Mulher tem a sua origem nas lutas das
mulheres, nos finais do séc. XIX e início do séc. XX, por melhores condições de
trabalho e mais direitos.
A 8 de março de 1857 um grupo de trabalhadoras da indústria
têxtil organizou uma marcha em Nova Iorque para exigir melhores condições de
trabalho, a jornada diária reduzida para 10 horas e direitos iguais para homens
e mulheres. Cinquenta e um anos depois, a 8 de março de 1908, um outro grupo de
trabalhadoras em Nova Iorque escolheu a data para avançar para uma greve,
homenageando as antecessoras. Queriam o fim do trabalho infantil e o direito de
votar.
Esquecido por largos anos, foi
recuperado pelos movimentos feministas dos anos 60, vindo a ser adoptado pela
ONU em 1977.
Mas o dia 8 de março não pode ser apenas uma comemoração, tem
que nos permitir refletir sobre a situação atual.
Apesar de
algum progresso, as mulheres ainda recebem um salário substancialmente inferior
ao dos homens em posições semelhantes, representam a maioria dos trabalhadores
em empregos com baixos salários e lutam para aceder às posições de liderança. Apesar
de terem mais qualificações, em Portugal, as mulheres ganham em média menos
16,7% do que os homens, o que significa que têm de trabalhar mais dois meses
por ano para obter o mesmo rendimento, revela a Comissão para a Igualdade no
Trabalho e no Emprego.
Segundo a ONU, 35%
das mulheres foram vítimas de violência física ou sexual, 200 milhões de
meninas ou mulheres sofreram uma forma de mutilação genital e 700 milhões de
mulheres foram obrigadas a se casar antes dos 18 anos. Em Portugal, a
violência doméstica continua a ser um flagelo. Nos últimos 13 anos foram assassinadas
454 mulheres.
Na Europa, as
mulheres recebem de reforma menos 40% do que os homens. Em média, mais mulheres completam o
ensino superior, mas, ainda assim, ganham menos dinheiro. Na administração das grandes empresas cotadas em bolsa, menos de um quarto são mulheres. Quanto mais acima na estrutura empresarial, menor é o número de mulheres. Quase dois terços das mulheres tem emprego, mas um terço trabalha a tempo parcial, e quase metade o faz devido a
razões relacionadas com a família e a prestação de cuidados. Caso não se façam
mudanças significativas, a Europa precisará de 70 anos para atingir a
igualdade de salários, 40 anos até as tarefas de casa serem partilhadas
com igualdade, e 20 anos até atingir o equilíbrio de géneros na política.
A comissão do Parlamento Europeu para os
direitos da mulher e a igualdade dos géneros decidiu dedicar o Dia
Internacional da Mulher de 2017, à emancipação económica das mulheres. Porque o dinheiro não traz felicidade,
mas pode ajudar a decidir o próprio futuro ou facilitar a fuga de uma situação
de violência doméstica.
CINCO DESAFIOS PARA A IGUALDADE DE GÉNERO
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