“Os
bancos são salvos, mas não as pessoas. É a bancarrota da humanidade”, afirma o
Papa Francisco aos movimentos populares
No passado
sábado, dia 5 de Novembro, o Papa Francisco recebeu os mais de 3 mil participantes de 60
países, em representação dos movimentos populares.
No discurso de encerramento, o Papa
Francisco comparou o tratamento que o sistema capitalista destina aos bancos com
o que é dispensado aos refugiados, que são uma emergência planetária: "O que acontece no mundo de hoje quando
ocorre a bancarrota de um banco: imediatamente aparecem somas escandalosas para
salvá-lo. Mas quando acontece esta bancarrota da humanidade não existe sequer
uma milésima parte para salvar estes irmãos que sofrem tanto? E assim o
Mediterrâneo transformou-se num cemitério e não somente o Mediterrâneo…muitos
cemitérios próximos dos muros, muros manchados de sangue inocente. Quem vê os olhos das crianças que encontramos nos
campos de refugiados é capaz de reconhecer imediatamente, na sua totalidade, a ‘bancarrota’
da humanidade”.
Retomou uma formulação da sua
Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (Alegria
do Evangelho), para afirmar que "enquanto
não se resolverem radicalmente os problemas dos pobres, renunciando à autonomia
absoluta dos mercados e da especulação financeira e atacando as causas
estruturais da iniquidade, não se resolverão os problemas do mundo e
definitivamente, nenhum problema. A iniquidade é a raiz dos males sociais".
O Papa apresentou um verdadeiro
programa que poderia unificar os movimentos populares em todo o planeta "para caminhar em direção a uma alternativa
humana diante da globalização da indiferença:
1. Colocar a economia ao
serviço dos povos
2. Construir a paz e a
justiça
3. Defender a Mãe Terra."
E detalhou este programa que se deveria
nortear pelos seguintes princípios: "trabalho
digno para aqueles que são excluídos do mercado de trabalho; terra para os
agricultores e as populações indígenas; casa para as famílias sem-teto;
integração humana para os bairros populares; eliminação da discriminação, da
violência contra as mulheres e das novas formas de escravidão; o fim de todas
as guerras, do crime organizado e da repressão; liberdade de expressão e de
comunicação democrática; ciência e tecnologia ao serviço dos povos."
Denunciou a ligação entre o governo do
dinheiro e o terrorismo: "Quem
governa então? O dinheiro. Como governa? Com o chicote do medo, da
desigualdade, da violência económica, social, cultural e militar que gera
sempre mais violência numa espiral descendente que parece não acabar nunca.
Quanta dor, quanto medo! Existe um terrorismo de base que deriva do controle
global do dinheiro sobre a terra e ameaça toda a humanidade. Deste terrorismo
de base se alimentam os terroristas derivados como o narcoterrorismo, o
terrorismo de Estado e aquele que alguns erroneamente chamam terrorismo étnico
ou religioso. Nenhum povo, nenhuma religião é terrorista. É verdade, existem
pequenos grupos fundamentalistas em todas as partes. Mas o terrorismo inicia
quando é expulsa a maravilha da criação, o homem e a mulher, e colocado ali o
dinheiro. Tal sistema é terrorista."
Ver AQUI na íntegra o discurso do Papa Francisco aos Movimentos Populares
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