Assinala-se hoje o Dia Internacional para a Eliminação da
Violência sobre a Mulher.
Mais de 450 mulheres foram assassinadas em
Portugal nos últimos 12 anos e 526 foram vítimas de tentativa de homicídio, a
grande maioria por parte de homens com quem viviam uma relação de intimidade.
Em
2015, 29 mulheres morreram em Portugal vítimas de violência doméstica, tendo
sido registadas 26.595 denúncias.
De 1 de janeiro a 20 de novembro de 2016, a União de Mulheres
Alternativa e Resposta (UMAR) assinalou 22 mulheres mortas às mãos
dos maridos ou ex-companheiros e 23 mulheres vítimas de tentativa de homicídio.
Segundo dados da Associação de Apoio à Vítima
(APAV), 22 387 vítimas de violência doméstica procuraram a associação para
pedir apoio, entre 2013 e 2015. Destas, 35,7% fizeram-nos após calarem os
abusos sofridos, em média, entre dois a seis anos.
Apesar do período de vitimação continuada ter vindo a decrescer, ainda
existe uma parcela elevada de vítimas (15, 7%) que silenciam denúncias ao longo
de 25 anos e até mais.
Desde o dia 1 de janeiro, a PSP e a GNR efetuaram cerca de 50
mil avaliações e reavaliações de risco de vítimas de violência doméstica. De
acordo com um comunicado enviado ontem pelo Ministério da Justiça, entre
janeiro e setembro de 2016, foram aplicadas pelos tribunais 423 medidas de
proibição de contacto entre agressor e vítima, fiscalizadas por vigilância
eletrónica. Em setembro, existiam 505 indivíduos monitorizados.
“O pingo da torneira
incomoda? E a violência na casa ao lado? Vai ignorar até quando?”
Esta campanha, lançada hoje pelo Governo, pretende chamar a
atenção de todos os cidadãos para que sejam mais ativos contra a violência.
Quando a torneira pinga temos tendência a fechá-la porque nos incomoda. Perante
um episódio de violência doméstica, não se pode fingir que não se passa nada.
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