Dia 4 de Novembro - entrou em vigor o Acordo de Paris contra a mudança
climática.
O que é isso de mudança
climática?
As concentrações dos gases de efeito de estufa na atmosfera, principalmente o dióxido de
carbono, resultantes sobretudo da queima de
combustíveis fósseis (carvão e petróleo), estão a aumentar desde a Revolução
Industrial, formando uma espécie de estufa sobre o Planeta, responsável pelo
aumento da temperatura global. O ano de 2015 foi o mais quente desde que há
registos e os primeiros oito meses de 2016 foram-no ainda mais.
“O
impacto das alterações climáticas irá comprometer gravemente a produção
alimentar em países e regiões que já enfrentam uma alta insegurança alimentar.
Se nada for feito, estima-se que a população a viver em pobreza registe um
aumento entre 35 a 122 milhões até 2030, devido, sobretudo, aos impactos
negativos do aquecimento global no setor agrícola” – denuncia a Organização
para a Alimentação e a Agricultura. Os mais afetados serão as populações nas zonas mais
pobres da África subsariana, e do Sul e Sudeste Asiático, especialmente os que
dependem da agricultura para viver.
Segundo um
estudo publicado pela revista Science, caso sejam
mantidos os atuais níveis de emissão, um terço da Espanha vai tornar-se numa
paisagem tão árida como o deserto de Tabernas, em Almería. A região do
Mediterrâneo sofre um aquecimento superior à média. Enquanto a temperatura
média do planeta subiu 0.85oC desde a
Revolução Industrial, no Mediterrâneo o aumento foi de 1.3oC, no mesmo período. O ecossistema mediterrâneo
atual só poderá ser preservado se o aumento médio de temperatura ficar abaixo
de 1.5oC.
Um passo em
frente
O Acordo, assinado
por 195 países em Dezembro de 2015 e já retificado por mais de 90, prevê uma série de mecanismos e processos para limitar o
aquecimento global até ao máximo de 2°C antes do final deste século, para
evitar consequências catastróficas. Entre
os países que já ratificaram o acordo estão os maiores poluidores, como China, EUA e Índia.
O objetivo é reduzir
o risco de maior frequência e gravidade de tempestades, secas prolongadas e
severas, subida do nível do mar, redução significativa da produção agrícola (em
média 20%, mas em muitos países muito mais acentuada), escassez de água e
outras consequências graves.
“O acordo vai obrigar a uma revolução do sistema energético global,
atualmente assente na queima de combustíveis fósseis, que dentro de duas a três
décadas terá de basear-se fortemente em fontes renováveis", explica Francisco Ferreira, presidente da
associação ambientalista Zero, sublinhando que
"essa revolução terá um grande
impacto no nosso estilo de vida, na utilização dos recursos e no consumo".
A par "dos objetivos para o
desenvolvimento sustentável o acordo vai mudar profundamente o nosso
relacionamento como sociedade e com o planeta".
O último relatório do
Programa das Nações Unidas para o Ambiente avisa: o Acordo de Paris ajuda a
moderar as alterações climáticas, mas, se não tomarmos já medidas adicionais, a
começar na Conferência de Marraquexe – COP22 - (que decorre entre os dias 7 e 18
de Novembro em Marrocos), teremos de continuar a lamentar muitas tragédias
humanas evitáveis.
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