O Dia Internacional da Conservação da Natureza – 28 de Julho - foi criado pela Assembleia Geral da ONU e tem o
objetivo de consciencializar a sociedade para os problemas da mãe natureza e
para a necessidade urgente da sua conservação.
E na luta pela sua conservação, muitos
ecologistas têm sido ameaçados e mortos, um pouco por todo o mundo, dum modo
especial na América Latina.
Segundo o relatório - Em Terrenos Perigosos - , da Global
Witness, no ano de 2015, 185 pessoas foram mortas enquanto defendiam um
terreno, uma floresta ou um rio contra a destruição provocada pela indústria.
Nos 16 países estudados, o número de mortes subiu 59% em relação a 2014. Os
três países que registaram o maior número de mortes em 2015 foram: Brasil (50),
Filipinas (33) e Colômbia (26), Nicarágua e Perú (12 mortos cada), Guatemala
(10), Honduras e México(4).
Entre os mortos, 40% são
indígenas que defendiam as suas terras ou que foram mortos em retaliação.
Muitas das mortes registadas acontecem em aldeias remotas ou em zonas profundas
da floresta tropical, o que faz com que os autores do relatório suspeitem que o
mais provável é que o número real de vítimas seja muito superior. Mas se o
número de mortos é alto, o número de pessoas vítimas de violência, ameaças e
discriminação é muito superior. A discriminação atinge tais proporções que em
muitos países, sobretudo em África, os ambientalistas são criminalizados,
enquanto os responsáveis pelos crimes contra quem defende o ambiente passam impunes.
Há mesmo casos em que os ataques e as mortes são desencadeadas por militares ou
polícias, além de grupos paramilitares e empresas privadas de segurança.
Muitos dos indivíduos que são alvo de
ameaças são pessoas comuns que se opõem ao roubo de terras, operações de
mineração e comércio de madeira, muitas vezes forçadas a abandonar as suas
casas. De um lado, os ambientalistas e as pessoas
que querem defender as suas terras e o património natural, do outro, as
empresas que querem explorar a madeira ou o óleo de palma. Mas a indústria que
mais mortes causa é a mineira – 42 mortes em 2015. Segue-se a agropecuária
(20), exploração de madeiras (15) – muitas vezes de forma ilegal -, barragens e
hidroelétricas (15) e caça furtiva (13).
A Amazónia - Fascínio e destruição