A aridez dos
solos que atinge a totalidade do interior Algarvio e do Alentejo, está a
progredir para as zonas do noroeste, tradicionalmente uma das mais pluviosas da
Europa, e a aumentar nas zonas do litoral sul e montanhas do Centro.
Estes dados
são adiantados pela Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza,
neste dia 17 de junho, que as Nações Unidas declararam como Dia Mundial da Combate à Desertificação e à
Seca.
Em Portugal, e
segundo o Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação para o período 2008-2018, 32,6 % do território nacional encontra-se em situação
degradada e 60,3% estão em condições razoáveis a boas.
Este ano, as
Nações Unidas lembram a todos o papel importante do solo na produção de
alimentos e na criação de emprego local, como uma forma de aumentar a
sustentabilidade, estabilidade e segurança no Mundo. Sem solos saudáveis e
produtivos, surge a pobreza, a fome e a necessidade de emigração, que muitas
vezes gera conflitos e problemas humanitários gravíssimos.
Se
é verdade que os países mais afetados e vulneráveis à desertificação são, na
sua maior parte, os mais pobres e menos desenvolvidos do Mundo, não é menos
verdade que o problema é mais abrangente e também bate à porta dos chamados
países desenvolvidos. Na Europa, em virtude das profundas alterações ocorridas
durante as últimas décadas nas áreas rurais, os modelos tradicionais de gestão
agro-silvo-pastoril sofreram profundas transformações e o valor económico e
social da terra sofreu profundas transformações, que em muitos casos se
traduziram na degradação dos solos e no consequente abandono da terra.
Nas
causas apontadas para a degradação da terra em Portugal, estão a utilização do
solo com culturas agrícolas intensivas de regadio, com contaminação por
pesticidas e fertilizantes, erosão e alterações da paisagem; a (re)arborização
dos espaços florestais com espécies exóticas e consequente perda de
biodiversidade e esgotamento dos solos e dos aquíferos; os incêndios
recorrentes; os problemas socioeconómicos, que afastam as pessoas do interior.
Como o combate
à desertificação não se pode dissociar da luta pela conservação e proteção dos
solos, a Quercus, como coordenadora em Portugal da Iniciativa de Cidadania
Europeia (ICE) People4Soil, apela a que todos apoiem e assinem esta ICE que está a
decorrer até Setembro de 2017, através do link People4Soil
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Sem floresta não há água
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