Os novos dados da ONG Oxfam Internacional são demolidores.
Os 8 multimilionários mais ricos do mundo controlam atualmente a mesma
quantidade de riqueza que a metade mais pobre da população global. Assim mesmo:
8 homens possuem a mesma riqueza que 3.600 milhões de pessoas. Há 1 ano atrás, eram 62 os mais ricos
do mundo que partilhavam a mesma riqueza que metade da população global. Hoje, esse
número diminuiu para 8, aumentando o fosso entre ricos e pobres.
A superconcentração de riqueza continua imparável. O
crescimento económico somente está beneficiando os que mais têm. Os restantes,
a grande maioria de cidadãos de todo o mundo, e especialmente os setores mais
pobres, estão a ficar à margem da reativação da economia.
O panorama é igualmente sombrio em todas as regiões do
planeta, como se exemplifica no relatório:
- No Vietname o homem mais rico do país ganha num dia mais do
que a pessoa mais pobre em 10 anos.
- Nos Estados Unidos, nos últimos 30 anos, os rendimentos dos
50% mais pobres da população foram congelados enquanto os rendimentos do 1% mais rico aumentou 300%.
- A soma dos salários anuais de 10.000 trabalhadores das
fábricas têxteis de Bangladesh equivale ao salário do CEO de qualquer empresa
incluída no índice da Bolsa de Valores de Londres.
- Na Índia, o CEO da principal empresa de tecnologia do país
ganha 416 vezes mais do que um
trabalhador médio do grupo. Para diminuir custos, algumas
empresas recorrem ao trabalho forçado ou em condições de escravidão. As
mulheres e as meninas são exploradas nas condições mais precárias e são a
categoria pior remunerada.
- Em 2015, as dez maiores empresas do mundo obtiveram uma
faturação superior à receita total dos governos de 180 países.
- No Quénia, as isenções fiscais das grandes empresas petrolíferas
geram perdas anuais de 1,1 bilião de dólares, valor que representa o dobro dos investimentos na
saúde, num país caracterizado pela alta probabilidade de morte materna durante
o parto.
- Estima-se em 14 biliões de dólares por ano os prejuízos em
África resultantes da utilização de paraísos fiscais pelos bilionários. Valor
que seria suficiente para garantir cuidados de saúde e salvar a vida de 4
milhões de crianças por ano, ou para permitir a escolaridade em todo o
continente.
Alerta
a Oxfam: “Quando 1 em cada 10 pessoas no
mundo sobrevive com menos de 2 dólares por dia, a imensa riqueza acumulada por
uns poucos é obscena. A desigualdade está a mergulhar na pobreza centenas de
milhares de pessoas, fraturando as sociedades e debilitando a democracia.”
“Por todo o mundo, muitos estão a ser postos
de lado: salários estagnados enquanto as remunerações dos dirigentes das
empresas disparam; o desinvestimento em serviços básicos como saúde e educação
enquanto as grandes empresas e as grandes fortunas conseguem reduzir ao mínimo a
sua contribuição fiscal; governos que ignoram as suas vozes e escutam
embevecidos as grandes empresas e as elites milionárias”.
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