Limpeza étnica do povo Rohingya
Desde
final de agosto, pelo menos 370 mil
refugiados Rohingya fugiram através da fronteira do estado de Rakhine, em
Myanmar (antiga Birmânia), para o Bangladesh, 80% dos quais são mulheres e
crianças. Há mais de um milhar de
vítimas mortais.
Segundo
o alto comissariado da ONU para os Direitos Humanos e diversas ONG´s, está em
curso uma limpeza étnica duma minoria – o povo Rohingya - por parte do exército do governo da Nobel
da Paz Aung San Suu Kyi.
Os
Rohingya
são um grupo étnico, maioritariamente muçulmano, fixado na Birmânia, mas que
não é reconhecido como tal. São cerca de 1 milhão, vivem concentrados num dos
mais pobres estados do país que não podem abandonar sem autorização oficial e
não têm o direito de possuir terra ou propriedade. Foram privados da
cidadania em 1982, o que os torna apátridas.
Iémen
No Iémen
vive-se uma tripla tragédia: a fome, o surto de cólera e o arrastar da guerra.
A fome é generalizada;
o surto de cólera já infetou mais de meio milhão de iemenitas desde finais de
Abril provocando cerca de 2000 mortes; os ataques aéreos da coligação, dirigida pela Arábia Saudita,
estão a matar e a ferir muitos civis – mais de 5000
mortos e cerca de 9000 feridos desde o início do conflito - e a provocar
danos graves nas infra-estruturas do país -
um porto marítimo crucial, pontes importantes, hospitais, instalações de
saneamento básico e fábricas; mantém-se o bloqueio
aéreo e naval sobre este país há cerca de 1 ano.
À medida que a
agressão prossegue, aumenta a pobreza. Numa população de 27 milhões de pessoas,
20 milhões precisam de ajuda.
Já em Dezembro
passado, o responsável pela missão das Nações Unidas no país, reconhecera que “A Humanidade já não funciona aqui”. “O mundo simplesmente fechou os olhos ao que
se está a passar no Iémen”.
Exploração e tráfico nas rotas
migratórias do Mediterrâneo
Setenta e sete
por cento dos migrantes e refugiados que chegam à Europa através do
Mediterrâneo Central sofrem situações de abuso e exploração e práticas que por vezes chegam a
tráfico humano. As crianças e jovens são particularmente vulneráveis e o preço que pagam
pela travessia deixa-os com uma dívida que não têm possibilidade de pagar.
O Relatório foi publicado pela UNICEF em conjunto com a Organização Internacional
para as Migrações das Nações Unidas e baseia-se no testemunho de 22 mil
migrantes e refugiados, metade dos quais crianças e jovens com menos de 25 anos
de idade.
O relatório mostra ainda que, embora
todas as crianças e jovens em movimento corram um risco elevado, as que são
originárias da África subsariana têm muito mais probabilidade de serem vítimas
de exploração e tráfico do que as provenientes de outras partes do mundo: 65%
comparativamente a 15% na rota do Mediterrâneo Oriental, e 83% comparativamente
a 56% na rota do Mediterrâneo Central. O racismo é provavelmente um dos
principais fatores que estão na origem desta disparidade. Concluiu-se ainda que
as crianças e os jovens que viajam sozinhos ou por longos períodos, assim como
os que têm níveis de educação mais baixos, são também altamente vulneráveis à
exploração de traficantes e grupos criminosos no decurso das suas jornadas. De
acordo com o relatório, a rota do Mediterrâneo Central é particularmente
perigosa, dado que a maioria dos migrantes e refugiados passa através da Líbia,
que continua dominada pela anarquia, por milícias e criminalidade. Em média, os
jovens pagam 1.000 a 5.000 USD pela viagem e muitas vezes chegam à Europa
endividados, o que os expõe a novos riscos.
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