O objetivo da data é chamar a atenção
para a produção e para o consumo excessivo de sacos plásticos a nível mundial,
propondo-se alternativas para resolver este sério problema ambiental.
Os sacos de plástico são constituídos
por resinas tóxicas oriundas do petróleo e levam cerca de 500 anos a
decompor-se. Apesar da gravidade da situação, apenas 2% da população recicla
sacos plásticos.
Em 2014, a Europa produziu
20% do plástico
mundial, ou seja, 59 milhões de toneladas de plástico, das quais 39,8% se destinaram
a embalagens, incluindo sacos de plástico. Esta produção gerou 25,8 milhões de
toneladas de resíduos, dos quais 30,8% foram depositados em aterro. Estima-se
que todos os anos os europeus utilizem mais de 100 mil milhões de sacos de
plástico. Portugal consome anualmente cerca de dois
mil milhões de sacos de plástico.
A contaminação do meio marinho com
plásticos adquiriu proporções verdadeiramente preocupantes nos últimos anos,
mediatizadas nas gigantescas ilhas de plástico que se formaram nos principais
oceanos. De acordo com um
relatório do Fórum Económico Mundial, tudo indica que, em 2050, se encontre
mais plástico no mar do que peixe.
Estão comprovados e amplamente
divulgados os efeitos nefastos dos sacos de plástico no ambiente, em especial
em meio marinho, com envenenamento, asfixia e morte de peixes, animais e aves
marinhas.
Todos os anos entram no
mar cerca de 12 milhões de toneladas de plásticos, devido à ausência ou
ineficácia dos sistemas de tratamento de resíduos nas zonas costeiras. Cerca de
6% destes plásticos permanecem à superfície, mas os restantes 94% têm impactos
muito significativos nas espécies marinhas.
Há também uma
contaminação generalizada por microplásticos, tendo sido detetada a sua
presença em várias espécies de peixes com valor económico, e ainda no sal
marinho, o que significa que os microplásticos estão já a entrar na cadeia
alimentar, ameaçando a saúde humana.
Da Carta Encíclica Laudato Si do Papa Francisco :
“A consciência da gravidade da crise cultural e ecológica precisa de
traduzir-se em novos hábitos” (LS 209)
“A existência de leis e normas não é suficiente, a longo prazo, para
limitar os maus comportamentos, mesmo que haja um válido controle. Para a norma
jurídica produzir efeitos importantes e duradouros, é preciso que a maior parte
dos membros da sociedade a tenha acolhido, com base em motivações adequadas, e
reaja com uma transformação pessoal. A doação de si mesmo num compromisso
ecológico só é possível a partir do cultivo de virtudes sólidas. Se uma pessoa
habitualmente se resguarda um pouco mais em vez de ligar o aquecimento, embora
as suas economias lhe permitam consumir e gastar mais, isso supõe que adquiriu
convicções e modos de sentir favoráveis ao cuidado do ambiente. É muito nobre
assumir o dever de cuidar da criação com pequenas acções diárias, e é
maravilhoso que a educação seja capaz de motivar para elas até dar forma a um
estilo de vida. A educação na responsabilidade ambiental pode incentivar vários
comportamentos que têm incidência directa e importante no cuidado do meio
ambiente, tais como evitar o uso de plástico e papel, reduzir o consumo de
água, diferenciar o lixo, cozinhar apenas aquilo que razoavelmente se poderá
comer, tratar com desvelo os outros seres vivos, servir-se dos transportes
públicos ou partilhar o mesmo veículo com várias pessoas, plantar árvores,
apagar as luzes desnecessárias… Tudo isto faz parte duma criatividade generosa
e dignificante, que põe a descoberto o melhor do ser humano. Voltar – com base
em motivações profundas – a utilizar algo em vez de o desperdiçar rapidamente
pode ser um acto de amor que exprime a nossa dignidade”. (LS 211)
«Como nunca antes na
história, o destino comum obriga-nos a procurar um novo início (...). Que o
nosso seja um tempo que se recorde pelo despertar duma nova reverência face à
vida, pela firme resolução de alcançar a sustentabilidade, pela intensificação
da luta em prol da justiça e da paz e pela jubilosa celebração da vida»
(Carta
da Terra)
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