A
UNICEF e a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgaram as primeiras
estimativas globais sobre água, saneamento e higiene em relação aos Objectivos
de Desenvolvimento Sustentável: cerca de
2,1 mil milhões de pessoas no mundo, ou seja 30% da população mundial, não têm
acesso a serviços de abastecimento de água em casa e 4,4 mil milhões, ou seja 60%, não dispõem de
saneamento com o mínimo de condições de segurança.
O
relatório do Programa Conjunto de Monitorização OMS/UNICEF - Progressos em
matéria de água potável, saneamento e higiene: actualização de 2017 relativamente
aos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável - apresenta a primeira
avaliação mundial sobre serviços de água potável e saneamento geridos de forma
segura.
"Ter acesso a água potável, saneamento e
higiene em casa não devia ser um privilégio apenas dos ricos ou dos que vivem
em centros urbanos", diz Tedros Adhanom Ghebreyesus, Director-geral da
Organização Mundial da Saúde. "Estamos
a falar de serviços básicos para a saúde humana, e todos os países têm a
responsabilidade de assegurar que todas as pessoas lhes possam aceder.”
Ainda
que, desde o ano 2000, milhares de milhões de pessoas tenham passado a aceder a
serviços básicos de água potável e saneamento, estes serviços não fornecem
necessariamente água e saneamento seguros. Muitas casas, centros de saúde e
escolas ainda não dispõem de água e sabão para lavagem das mãos, situação que
põe a saúde das pessoas, mas principalmente das crianças pequenas, em risco de
doenças, como a diarreia.
Como
consequência, cerca de 360 mil crianças menores de 5 anos morrem anualmente
devido à diarreia. O saneamento precário e a água contaminada também estão
associados à transmissão de doenças como a cólera, disenteria, hepatite A e
febre tifóide.
"A água salubre, o saneamento e a higiene
adequados são fundamentais para a saúde de todas as crianças e de todas as
comunidades e por isso essenciais para construir sociedades mais fortes, mais
saudáveis e mais equitativas", refere Anthony Lake, Director
Executivo da UNICEF. "Ao melhorarmos
hoje estes serviços nas comunidades carenciadas e para as crianças mais
carenciadas, estamos a dar-lhes uma oportunidade mais justa para que possam ter
um futuro melhor."
Dos
2,1 mil milhões de pessoas que não dispõem de água gerida com segurança, 844
milhões não têm mesmo acesso a serviços básicos de água potável. Este número
inclui 263 milhões de pessoas que levam mais de 30 minutos para chegar ao ponto
de abastecimento de água mais próximo e 159 milhões continuam a beber água não
tratada de fontes de água de superfície, como riachos ou lagos.
Em
90 países, os progressos em matéria de saneamento básico são muito lentos, o
que significa que não atingirão a cobertura universal até 2030. Dos 4,4 mil
milhões de pessoas que não têm acesso a um saneamento seguro, cerca de metade
ainda nem dispõe de serviços básicos de saneamento. Este número inclui 600
milhões de pessoas que partilham sanitários ou latrinas com outras famílias e 900
milhões de pessoas – principalmente em zonas rurais – que defecam ao ar livre,
uma prática que devido ao crescimento populacional está a aumentar na África
subsariana e na Oceânia.
Resumo do relatório AQUI
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